Há momentos que nos marcam para sempre, e a última noite do nosso Cerco de Jericó foi exatamente assim. Enquanto o Evangelho de Lucas (7,31-35) nos alertava sobre a dificuldade de reconhecer a ação de Deus, nós víamos um povo de pé, de joelhos, de alma aberta. Pessoas com o coração disposto a escutar, acolher e deixar-se transformar. A condução firme e sensível do Pe. Jorge Fortunato, foi como o cajado de Moisés: abriu caminho no meio do caos interior. Suas palavras não foram apenas ditas, foram sentidas. Ecoaram nas feridas, nas dúvidas, nos medos… e ali brotaram fé.
Maria estava ali. Como Mãe, caminhava entre os bancos, recolhendo lágrimas, entregando cada intenção ao coração de Jesus. Silenciosa, mas presente, foi consolo e guia. Ela ensinou que o “sim” ainda é o caminho mais seguro. Ela intercedeu. E foi ouvida. São Miguel, guerreiro celeste, marchava à frente, protegendo o que o Espírito realizava. E o povo… se deixava tocar. Alguns pela primeira vez. Outros, depois de muito tempo longe.
Vieram os que estavam cansados da luta, em busca de respostas. Vieram com sede. Sede de paz. De cura. De recomeço. De Deus. Mas também chegaram outros, quase em silêncio, sem pedidos nos lábios. Vieram apenas para agradecer: pela vida restaurada, pela esperança que voltou, pelo perdão que libertou, pela presença de Deus que sustentou mesmo nos dias mais difíceis. Sedentos e agradecidos se encontraram no mesmo lugar: no abraço do Pai. Ali, não havia diferença entre quem chorava pedindo ou quem chorava em gratidão. Todos sentiam algo maior, algo que não se explica, apenas se sente.
E quando se clama com fé, as muralhas caem. As muralhas caíram, as visíveis e, principalmente, as invisíveis, aquelas que ninguém vê, mas que pesam na alma. Caíram os muros do medo, da culpa, da dor, da frieza. E no lugar deles… brotou esperança. A água abençoada lavou histórias. A cruz ergueu os abatidos. As imagens de São Miguel reacenderam a coragem adormecida.
A última noite do Cerco não foi um encerramento. Foi um recomeço. Uma nova página, escrita com fé, onde Deus é o autor e você é a resposta. Por isso, não pare. Não se ausente. Nosso Grupo de Oração acontece todas as quintas-feiras, e ali, a fonte continua jorrando. O que começou no Cerco, Deus quer continuar na caminhada.
Agora, olhe para dentro. Se você foi tocado, curado, restaurado, compartilhe. Deixe nos comentários seu testemunho. Seu testemunho é como uma semente; pode germinar fé no deserto de alguém. Alguém, em silêncio, está esperando por uma palavra que só você pode oferecer.
Aos que ajudaram em silêncio, aos que serviram com amor, aos que se deixaram moldar nesses dias: Deus viu. Deus ouviu. Deus agiu.
Que o Espírito Santo continue conduzindo seus passos. Que Maria te abrace nos dias difíceis. Que São Miguel caminhe sempre à frente, em cada batalha.
Por Denise Lafraia | Pascom | Paróquia São Braz.

























