Em meio à dor da pandemia, quando tantas famílias enfrentaram perdas e desafios, a pequena Valentina Rocha Rodrigues, com apenas quatro aninhos, viu sua vida mudar de forma profunda. Foi nesse tempo tão difícil que ela se despediu de sua avó, vítima da Covid-19, uma perda que deixou um vazio imenso no coração da família, mas que, curiosamente, marcou também o início de uma linda caminhada de fé.
A dor os levou a buscar consolo em Deus. Começaram a participar das missas com mais frequência, tentando encontrar nas orações a força que tanto precisavam. E foi ali, no silêncio e na pureza do coração de uma criança, que algo muito especial aconteceu. Durante as celebrações, Valentina observava, com atenção, a tia Denise (na época ministra), a prima Maria Elisa (coroinha) e o diácono Valmir servindo no altar. Em seu coração, nasceu um desejo simples e sincero: ela também queria estar ali, servindo Jesus.
Sem hesitar, contou aos pais o que sentia. E, emocionados, eles abraçaram seu sonho. Um gesto de amor e respeito ficou para sempre marcado nessa história: seu pai, mesmo sendo evangélico, disse com o coração aberto: “Se eles aceitarem, eu mesmo levo a Valentina na igreja para ela servir.” Foi um momento que mostrou que a fé verdadeira não impõe muros, ela constrói pontes. Porque o amor, quando é genuíno, acolhe, apoia e une.
Tia Denise, então, procurou Paulinha, coordenadora dos coroinhas, e o Padre Juarez. Valentina ainda era muito nova, não tinha idade suficiente para servir no altar. Mas como negar um chamado tão puro? Como fechar a porta a uma criança que só queria estar mais perto de Deus? Eles a acolheram com carinho, fé e sensibilidade, reconhecendo naquela vontade algo maior do que uma simples curiosidade, era um verdadeiro chamado.
Valentina passou por todo o processo de formação e desde então, ela serve o altar com amor, alegria, responsabilidade e uma dedicação admirável.
Aquele pequeno gesto de fé transformou não apenas a vida da Valentina, mas aproximou ainda mais toda a sua família de Deus. A dor da perda foi, pouco a pouco, se transformando em esperança. A saudade virou força. Pela mão de uma criança, Deus encontrou um caminho para tocar corações e renovar a espiritualidade de uma família inteira, que hoje segue unida, fortalecida e cada vez mais próxima Dele.
E por tudo isso, a família da Valentina é imensamente grata à Paróquia São Braz, por ter acolhido com tanto carinho e sensibilidade o desejo daquela pequena menina.
E o mais bonito é saber que essa história ainda está só começando. Valentina deu seus primeiros passos de fé dentro da Paróquia São Braz, e esse é apenas o início de uma linda jornada, cheia de luz, aprendizado e serviço. Uma história que ela, com certeza, continuará escrevendo com amor, ao lado de toda a comunidade que a acolheu como família.
Por Denise Lafraia | Pascom | Paróquia São Braz
